Quando comecei a estudar arquitetura o Mies era meu arquiteto preferido.
Pensava que, conforme crescesse, mudaria de idéia, conheceria outros, me
encantaria por uma arquitetura mais contemporânea. Mas não, quanto mais
o tempo passa, mais gosto dele.
Demorei para entender suas obras, ir além da sua beleza estética e perceber
o que estava por trás. Mas depois de conhecer algumas de suas obras e de
uma aula sobre o Pavilhão Barcelona, descobri mensagens em seus edifícios
e passei a admirá-lo ainda mais.
Construído para representar a Alemanha na feira mundial de
1929 em Barcelona, o curioso é entender o porquê deste país, com o
nazismo em ascensão, contratar um arquiteto modernista como Mies van
der Rohe. Como esperado, seu edifício não tinha absolutamente nada a ver
com as outras obras construídas na feira. E é exatamente este diferencial,
esta sensação de pioneirismo, que os alemães buscavam quando o contrataram.
Apesar de aceitar o encargo, Mies era contra o regime, e isso fica claro
analisando o pavilhão. Consciente do poder das imagens e dos símbolos, ele,
em pequenos elementos presentes no projeto, dá pistas da sua posição política.
Não posso contar tudo para não estragar a surpresa. Só posso dizer que é
preciso analisá-lo com calma. Posso dar umas dicas: ele tem elementos de
uma arquitetura conhecida? Onde está a bandeira alemã? O que está fazendo
a escultura? As respostas não são tão difíceis, mais difícil é entender o que está
por trás delas.
Preciso parar senão vou contar tudo, como meu padrasto, que conta o final
dos filmes....
É preciso atenção para as imagens de Thomas Demand. Ele registra
maquetes de papel que recriam fotografias publicadas nos
meios de comunicação.
Ah, puxa, conta mais detalhes. Sabe lá quando vou visitar o Pavilhão de Barcelona?
ResponderExcluirSaudades do padastro.