quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Sesc Belenzinho







Há pouco mais de um ano foi inaugurado o SESC Belenzinho, uma das mais
novas unidades da rede. Os antigos galpões de tecido, que funcionavam como
sede provisória, foram demolidos e no lugar foi erguido um edifício com 
projeto do arquiteto Ricardo Chahin. A eficiência energética e a preservação do 
meio ambiente é um dos diferenciais da unidade.

O Belenzinho, como é conhecido, foi sede de duas das melhores mostras do ano: 
Panoramas do Sul e Olafur Eliasson, seu corpo da obra. Ambas fazem parte 
da programação do 17 Festival Video Brasil, um festival internacional de arte 
contemporânea. 

A mostra Panoramas do Sul foi composta por um conjunto de obras realizadas 
em diversos suportes e meios por artistas nacionais e internacionais. Entre
instalações, pinturas, esculturas e vídeos, as obras foram divididas pela equipe 
de curadores, que tem como curadora Geral, Solange Farkas,  em quatro recortes: 
Cartografias do Afeto, Natureza e Cultura, Paisagens Políticas e Mecanismos 
Geradores.

Solange tem quase 30 anos de estrada como curadora e é responsável pela 
criação e direção deste festival que a cada ano ganha mais visibilidade. Como 
diretora do MAM da Bahia, cargo que ocupou por alguns anos, ela conseguiu 
reerguer o museu e realizar uma reforma no edifício histórico que,  na década 
çde 60, passou por uma intervenção de Lina Bo Bardi.   

A mostra Panoramas do Sul terminou no começo de dezembro, mas ainda 
dá tempo de ver as obras do artista dinamarquês Olafur Eliasson, 
que, além do SESC Belenzinho ocupam o Sesc Pompéia e a Pinacoteca 
do Estado.

Olafur é conhecido por suas grandes instalações, que brincam com a 
percepção sensorial, com as noções de tempo e espaço, e esta é a primeira vez 
que o artista realiza uma mostra individual no Brasil e na América Latina. 

O tema do corpo e sua relação com o espaço e entorno estão no centro 
deste conjunto de obras expostas em São Paulo. Sugerindo que o espaço é 
um catalisador de comportamentos e atitudes e que o envolvimento do 
público possibilita a sua existência.




No Brasil da virada dos anos 50 Hélio Oiticica dilui o suporte 
artístico e trabalha o corpo na cidade, uma cidade viva, pulsante. 
Preocupado em catalisar a criatividade de outras pessoas, Oiticica 
proclama a diferença e a diversidade. Seu trabalho constrói a 
ideia do corpo com liberdade espaço-temporal, aberto a novas
experimentações. 

Seus “Parangolés” de 1964 são capas, estandartes ou bandeiras 
coloridas de algodão ou náilon, com poemas, para serem vestidas 
ou carregadas por um ator/espectador. Com eles, o artista cria a 
metáfora do corpo livre, em oposição à exclusão, fruto da 
desigualdade sócio-econômica, e à censura gerada pela violência 
da repressão militar. 

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