Esta postagem é muito especial porque pela primeira vez publico fotos de
outra pessoa e espero que seja a primeira de muitas. Então, se você tem um
lugar legal que conheceu, boas fotos, quer mandar um pequeno texto,
escreva para isalenzi@gmail.com.
Estas fotos são de Pati Almeida.
Lembro de pouquíssimos momentos da vida em que senti o que senti alí.
Para chegar à capela de Ronchamp em uma pequena cidade no oeste da
França há um longo caminho pela frente.
Trens, ônibus e uma subida no meio da mata para finalmente avistá-la.
É uma pereguinação que prepara você para o que vai sentir quando
chegar alí.
Até parece que sou hiper católica com estas palavras, mas a graça é que
é bem o contrário. Desde pequena nunca gostei de igrejas e o meu
interesse por elas sempre foi meramente artístico. Mas a Notre Dame du
Haut é diferente. Apesar de toda a minha resistência este lugar tem algo
muito especial que vai além da beleza de sua arquitetura. Algo no
ambiente, na luz, no entorno que a torna absolutamente inesquecível.
O projeto, concluído em 1955, é uma obra de Le Corbusier, um dos mais
célebres arquitetos e teóricos da arquitetura do século XX. Tudo em seu
desenho impressiona: o sítio escolhido, antigo destino religioso com uma
vista do horizonte em suas quatro direções; a tectônica do projeto, seu
caráter maciço com grossas paredes inclinadas que se contrapõe à leve
cobertura que mais parece uma folha, uma vela de barco reagindo à força
do vento.
A luz penetra suavemente no seu interior por pequenas janelas com
desenhos e frases pintadas pelo próprio arquiteto. A inclinação da capela
segue a topografia e direciona para o altar principal. O púlpito atravessa
o edifício e permite que o sermão seja dado tanto no interior quanto em
uma outra capela que surge no exterior, uma capela que tem a natureza
como testemunha e ouvinte.
Cena do documentário ¨Nelson Freire¨ de João Moreira Salles em que
o pianista interpreta ¨Jesus alegria dos homens¨ de J. S. Bach. O filme
conta um pouco sobre a vida e carreira de um dos maiores pianistas
clássicos vivos.
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