domingo, 1 de maio de 2011

Miradouro de Santa Luzia






Vou interromper o roteiro toscano, mas prometo terminá-lo! Acho que é uma 
boa mudar um pouco de tema...

Lisboa, por muitos motivos, é uma das minhas cidades preferidas e nunca foi 
mencionada aqui. Talvez por me lembrar tanto de Salvador com suas subidas e 
descidas, por ser a cidade de boa parte da minha família, a primeira que conheci 
da Europa e onde tive os melhores encontros, tenho por ela um sentimento 
muito especial. Ou, por além de tudo isso, ser tão solar e ao mesmo tempo 
carregada de tanta melancolia. Enfim, as vezes o amor não é algo fácil de 
explicar. 

Fato é que esta cidade é linda e infelizmente até hoje muitas pessoas vão para 
a Europa e nem cogitam a hipótese de visitá-la. Sorte que aos poucos isto está
mudando.

Podia falar dos vários bares, restaurantes e lojas descolados da cidade, mas 
escolhi introduzir Lisboa por um de seus lugares mais lindos e o que mais gosto. 

O Miradouro de Santa Luzia fica na rua do Limoeiro, no caminho do trilho do 
elétrico. Seguir este trilho desde a Praça do Comércio ( ou Terreiro do Paço), 
subindo, passando pela Sé, chegando no Miradouro e depois entrar nas ruas 
estreitas do bairro da Graça é um dos melhores programas da cidade. 

Seu terraço tem uma das melhores vistas,  dos telhados do bairro da Alfama 
e do Tejo. O seu pátio é lindo, com a Igreja de Santa Luzia e dois azulejos, 
um da Praça do Comércio e outro do ataque dos católicos ao Castelo de São 
Jorge.

Quando vou alí, penso na história de Portugal, nas caravelas que partiam e na 
tristeza dos que ficavam. 


Para dias de tristeza, saudade, espera, felicidade...


Alma minha gentil que te partiste

¨Alma minha gentil que te partiste
Tão cedo desta vida descontente, 
Repousa lá no Céu eternamente, 
E viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etério, onde subiste,
Memória desta vida se consente, 
Não te esqueças daquele amor ardente 
Que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te 
Alguma cousa a dor que me ficou 
Da mágoa, sem remédio, de perder-te;
Roga a Deus que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.¨


Soneto de Luís de Camões, poeta português. 

3 comentários:

  1. Os lugares que tem uma parte de nós lá dentro são sempre os mais especiais.
    Amei :)

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  2. Ah não! Isso só aumenta a minha vontade de Portugal!
    bjoo!

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