Lembro de pouquíssimos momentos da vida em que senti o que senti alí.
Para chegar à capela de Ronchamp em uma pequena cidade no oeste da
França há um longo caminho pela frente.
Trens, ônibus e uma subida no meio da mata para finalmente avistá-la.
É uma pereguinação que prepara você para o que vai sentir quando
chegar alí.
Até parece que sou hiper católica com estas palavras, mas a graça é que
é bem o contrário. Desde pequena nunca gostei de igrejas e o meu
interesse por elas sempre foi meramente artístico. Mas a Notre Dame du
Haut é diferente. Apesar de toda a minha resistência este lugar tem algo
muito especial que vai além da beleza de sua arquitetura. Algo no
ambiente, na luz, no entorno que a torna absolutamente inesquecível.
O projeto, concluído em 1955, é uma obra de Le Corbusier, um dos mais
célebres arquitetos e teóricos da arquitetura do século XX. Tudo em seu
desenho impressiona: o sítio escolhido, antigo destino religioso com uma
vista do horizonte em suas quatro direções; a tectônica do projeto, seu
caráter maciço com grossas paredes inclinadas que se contrapõe à leve
cobertura que mais parece uma folha, uma vela de barco reagindo à força
do vento.
A luz penetra suavemente no seu interior por pequenas janelas com
desenhos e frases pintadas pelo próprio arquiteto. A inclinação da capela
segue a topografia e direciona para o altar principal. O púlpito atravessa
o edifício e permite que o sermão seja dado tanto no interior quanto em
uma outra capela que surge no exterior, uma capela que tem a natureza
como testemunha e ouvinte.
Cena do documentário ¨Nelson Freire¨ de João Moreira Salles em que
o pianista interpreta ¨Jesus alegria dos homens¨ de J. S. Bach. O filme
conta um pouco sobre a vida e carreira de um dos maiores pianistas
clássicos vivos.
Para quem mora ou está de férias em Roma recomendo dar uma passada
no Bar del Fico. Apesar do nome, não é exatamente um bar. São dois
espaços com o mesmo estilo e proposta, um restaurante e um café/bar
localizados um quase ao lado do outro. Móveis antigos, paredes com
pintura gasta e objetos de design retrô dão o charme e o ar cool de ambos.
O restaurante tem um cardápio super variado com pratos italianos bem bons.
As saladas e as bruschettas valem muito a pena. O bar de noite tem dj,
bebidas e é super descolado. De dia tem um café da manhã super gostoso
com bolos, pães.
Pelo que percebi os dois são lugares da moda, frequentados por romanos,
então fica o conselho: reserve ou chegue um pouco antes. Para quem não
tem pressa o legal é esperar a vez sentado no bar.
Vale dar uma andada pelos arredores, com ruazinha estreitas, galerias, vários
outros bares e lojas legais. E claro, dar uma passada na Piazza Navona, sem
dúvida uma das mais bonitas da cidade.
Imagens do jovem fotógrafo nova iorquino Bobby Doherty. O detalhe,
o enfoque em diferentes objetos é uma constante em suas fotografias.
Assistir a um concerto na Filarmônica de Berlin é um dos programas mais
imperdíveis para quem vai à cidade. Claro que todo mundo deve pensar
que o preço de um concerto de uma das melhores orquestras do mundo é
absolutamente proibitivo, mas não é bem assim.
Neste fim de ano, eu e mais 6 amigos conseguimos comprar entradas na porta
por 15 euros. Na bilheteria os ingressos custavam entre 50 e 100 euros mas,
como em quase todos os espetáculos, tem gente tentando vender seus lugares.
Para quem quer tentar a sorte e não tem este dinheiro para desembolsar, fica a
alternativa. O importante é saber duas coisas: não compre de homens que te
chamam para ver os ingressos em um canto e espere até a última hora, porque
negociando o preço sempre pode baixar um pouco mais.
Mas além do espetáculo, o edifício da filarmônica inaugurado em 1963
também é um ícone da cidade. Apesar das críticas iniciais, por conta dos seus
jogos de planos, sua assimetria e sua cobertura, os alemães aprenderam a
admirá-lo tanto suas qualidades acústicas quanto por seu desenho. Quem
assina o projeto é o alemão Hans Scharoun, um dos arquitetos que mais
contribuiu para a reconstrução de Berlin no pós guerra. Uma curiosidade, seu
único projeto no exterior é a Embaixada da Alemanha em Brasília.
Em 2008 a filarmônica pegou fogo, mas por sorte sem danos irreparáveis.
Aquarelas e estudos para suas composições do pintor, poeta, músico e