quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Komomoto






Pelo visto a moda do nipo peruano, restaurantes que mesclam a culinária 
japonesa com a peruana também pegou aqui em Barcelona. Lembro bem 
quando abriu o primeiro do gênero em São Paulo e fez o maior sucesso.

Komomoto é uma ótima opção para diferentes idéias de programa, desde 
grupo de amigos a um jantar especial. O restaurante é super bonito: móveis 
de madeira, alguns detalhes em vermelho e janelas laterais que dão para a 
Carrer Princesa, uma rua super legal da cidade. Na mesa, jogos americanos 
de papel e lápis para desenhar. Em uma parede e em luminárias de design
penduram os registros dos que comeram alí, posters e fotos. 

Além dos ceviches, peixes crus marinados, eles servem saladas com brotos 
e sopas muito gostosas. Tudo muito leve e com um design impecável.




Instalação da artista chino americana Beili Liu. A obra representa uma antiga 
lenda chinesa que diz que desde o nascimento linhas vermelhas invisíveis 
conectam as pessoas as suas ¨almas gêmeas¨. 

domingo, 16 de janeiro de 2011

Casa da Música









Depois de morar um ano no Porto finalmente escrevo a primeira postagem 
sobre a cidade. Escolhi a Casa da Música por ser um dos seus edifícios mais 
polêmicos e um dos meus preferidos. 

O projeto faz parte de um processo de renovação urbana e modificou 
radicalmente o seu entorno. A começar pelo seu acesso, uma imensa 
plataforma, um espaço público que rapidamente foi ocupado pelos skatistas 
da cidade e muitas vezes é usado para eventos abertos. O protagonista desta 
grande praça é um volume irregular, que mas parece um meteoro que caiu na 
terra, que cria um diálogo de oposição com a sua envolvente. Suas superfícies 
de vidro refletem a cidade e passam por uma metamorfose ao longo do dia. 

O edifício se tornou um ícone na cidade e seu desenho foi definido em um 
concurso de 1999 em que venceu o escritório OMA do arquiteto 
Rem Koolhaas.  Inaugurado em 2005 ele é motivo de muita polêmica. Tanto
sua forma quanto o fato de ser projeto de um arquiteto holandês gerou ódio 
em muitos portugueses, fortes defensores da arquitetura nacional. Mas aos 
poucos eles começaram a se acostumar com sua forma pouco usual, suas 
salas de espetáculo um tanto curiosas e seus materiais. Afinal de contas, não
é do Siza mas tem uma acústica e espetáculos fantásticos. 








Nestas imagens o fotógrafo americano Darin Mickey capta elementos 
aparentemente fora de contexto. A surpresa, o estranhamento são alguns 
dos temas mais frequentes em seu trabalho. 

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Notre Dame du Haut Ronchamp






Esta postagem é muito especial porque pela primeira vez publico fotos de 
outra pessoa e espero que seja a primeira de muitas. Então, se você tem um 
lugar legal que conheceu, boas fotos, quer mandar um pequeno texto, 
escreva para isalenzi@gmail.com.

Estas fotos são de Pati Almeida.

Lembro de pouquíssimos momentos da vida em que senti o que senti alí. 
Para chegar à capela de Ronchamp em uma pequena cidade no oeste da 
França há um longo caminho pela frente. 
Trens, ônibus e uma subida no meio da mata para finalmente avistá-la. 
É uma pereguinação que prepara você para o que vai sentir quando 
chegar alí.

Até parece que sou hiper católica com estas palavras, mas a graça é que 
é bem o contrário. Desde pequena nunca gostei de igrejas e o meu 
interesse por elas sempre foi meramente artístico. Mas a Notre Dame du 
Haut é diferente. Apesar de toda a minha resistência este lugar tem algo 
muito especial que vai além da beleza de sua arquitetura. Algo no 
ambiente, na luz, no entorno que a torna absolutamente inesquecível. 

O projeto, concluído em 1955, é uma obra de Le Corbusier, um dos mais 
célebres arquitetos e teóricos da arquitetura do século XX. Tudo em seu 
desenho impressiona: o sítio escolhido, antigo destino religioso com uma
vista do horizonte em suas quatro direções; a tectônica do projeto, seu 
caráter maciço com grossas paredes inclinadas que se contrapõe à leve 
cobertura que mais parece uma folha, uma vela de barco reagindo à força 
do vento.

A luz penetra suavemente no seu interior por pequenas janelas com 
desenhos e frases pintadas pelo próprio arquiteto. A inclinação da capela 
segue a topografia e direciona para o altar principal. O púlpito atravessa 
o edifício e permite que o sermão seja dado tanto no interior quanto em 
uma outra capela que surge no exterior, uma capela que tem a natureza 
como testemunha e ouvinte. 




Cena do documentário ¨Nelson Freire¨ de João Moreira Salles em que
o pianista interpreta ¨Jesus alegria dos homens¨ de J. S. Bach. O filme
conta um pouco sobre a vida e carreira de um dos maiores pianistas
clássicos vivos.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Bar del Fico






















Para quem mora ou está de férias em Roma recomendo dar uma passada
no Bar del Fico. Apesar do nome, não é exatamente um bar. São dois
espaços com o mesmo estilo e proposta, um restaurante e um café/bar
localizados um quase ao lado do outro. Móveis antigos, paredes com
pintura gasta e objetos de design retrô dão o charme e o ar cool de ambos.

O restaurante tem um cardápio super variado com pratos italianos bem bons.
As saladas e as bruschettas valem muito a pena. O bar de noite tem dj,
bebidas e é super descolado. De dia tem um café da manhã super gostoso
com bolos, pães.

Pelo que percebi os dois são lugares da moda, frequentados por romanos,
então fica o conselho: reserve ou chegue um pouco antes. Para quem não
tem pressa o legal é esperar a vez sentado no bar.

Vale dar uma andada pelos arredores, com ruazinha estreitas, galerias, vários
outros bares e lojas legais.  E claro, dar uma passada na Piazza Navona, sem
dúvida uma das mais bonitas da cidade.



































































































Imagens do jovem fotógrafo nova iorquino Bobby Doherty. O detalhe, 
o enfoque em diferentes objetos é uma constante em suas fotografias.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Filarmônica de Berlin










Assistir a um concerto na Filarmônica de Berlin é um dos programas mais
imperdíveis para quem vai à cidade. Claro que todo mundo deve pensar
que o preço de um concerto de uma das melhores orquestras do mundo é
absolutamente proibitivo, mas não é bem assim.

Neste fim de ano, eu e mais 6 amigos conseguimos comprar entradas na porta
por 15 euros. Na bilheteria os ingressos custavam entre 50 e 100 euros mas,
como em quase todos os espetáculos, tem gente tentando vender seus lugares.
Para quem quer tentar a sorte e não tem este dinheiro para desembolsar, fica a
alternativa. O importante é saber duas coisas: não compre de homens que te
chamam para ver os ingressos em um canto e espere até a última hora, porque
negociando o preço sempre pode baixar um pouco mais.

Mas além do espetáculo, o edifício da filarmônica inaugurado em 1963
também é um ícone da cidade. Apesar das críticas iniciais, por conta dos seus
jogos de planos, sua assimetria e sua cobertura, os alemães aprenderam a
admirá-lo tanto suas qualidades acústicas quanto por seu desenho. Quem
assina o projeto é o alemão Hans Scharoun, um dos arquitetos que mais
contribuiu para a reconstrução de Berlin no pós guerra. Uma curiosidade, seu
único projeto no exterior é a Embaixada da Alemanha em Brasília.

Em 2008 a filarmônica pegou fogo, mas por sorte sem danos irreparáveis.







Aquarelas e estudos para suas composições do pintor, poeta, músico e 
teórico musical John Cage
Com uma linguagem aparentemente caótica Cage revolucionou a música 
contemporânea ao introduzir em suas composições silêncios intermináveis 
e sons desconectados. Para algumas de suas obras ele deu o nome de 
¨músicas não intencionais¨.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

East Side Gallery























Berlin é uma cidade de temáticas. Muita gente vai para lá com objetivos 
e itinerários claros: o nazismo, os vestígios da guerra e os restos do muro 
são alguns dos mais frequentes. A vantagem da East Side Gallery é que 
ela consegue juntar todos os gostos. É um dos melhores lugares para os 
aficionados em arte, para quem gosta de história e da temática das
guerras.

Em 1990 um setor do muro, com uma extensão de quase um quilômetro e 
meio, foi transformado na maior galeria de arte ao ar livre do mundo. Lá, 
mais de 100 artistas de diversos países expressaram seus pensamentos, suas 
opiniões políticas, sua ideologia e seus sonhos. 

Apesar do frio de -10 graus, eu e minhas amigas percorremos toda a sua 
extensão parando em cada obra. É realmente impressionante. O programa, 
apesar de não estar em alguns guias, uma grande falha, realmente ajuda a 
compreender mais a cidade, sua trajetória, suas cicatrizes e a sua 
reconstrução. 

















































Pinturas do artista Diego Rivera, um dos principais nomes do renascimento 
da arte muralista mexicana.  Comunista, ele criticava a arte burguesa de 
cavalete e defendia seu acesso à todos. 
Ao longo de sua tragetória, Rivera se focou na temática do povo mexicano:  
seu trabalho, sua luta, sua terra e sua história.