quinta-feira, 31 de março de 2011

L´Empreinte






Nas ruas da cidade velha de Genebra encontrei muitas lojas legais, de design, 
roupas, papelaria. A L´Empreinte foi uma das que mais gostei, uma loja super 
bonita que junta objetos de design para casa, livros legais, uma parte só com 
sabonetes e essências e umas roupas lindas. Adoro os seus relógios de cuco. 

É engraçado, sempre que visito meu irmão e ando por essas ruas entro 
nesta loja, mas sempre por acaso. Nunca tinha pensado em pegar um cartão, 
postar no blog. Na última vez em que fui, mais uma vez entrei e logo pensei:
¨Mas eu já conheço esta loja!¨

Acho que tem um bom motivo para eu entrar tantas vezes, de fato ela chama 
muita atenção. Agora finalmente fica gravada a recomendação.



On Kawara em suas pinturas registra simplesmente o seu momento de 
execução. Fala da passagem, da marcação do tempo e de tudo o que se 
relaciona com ela. Sua percepção, suas consequências.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Punta della Dogana

























A Punta della Dogana foi a primeira obra que visitei de Tadao Ando.
Lembro da emoção de finalmente poder tocar o seu concreto.

O museu foi construído como uma ampliação para o acervo do Palazzo
Grassi. Ambos abrigam uma das maiores coleções de arte contemporânea
do mundo, propriedade do francês François Pinault, empresário da moda.

O projeto de Ando, construído em 2009, parte da idéia de preservação da
estrutura original dos antigos armazéns do século XVII. Quase imperceptível
desde o exterior, somente depois de passar a porta se percebe a intervenção
do japonês. Ando segue a lógica geométrica do espaço triangular construindo
divisórias simples de concreto e reforça a tradição veneziana do pátio central
com um cubo de dupla altura no centro do museu.

Também vale a visita pelas obras expostas no interior da Punta. Quando fui
vi trabalhos de Maurizio Cattelan, Murakami, Cindy Sherman,
Rachel Whiteread entre outros.

Mas sem dúvida o mais bonito do museu é a sua localização, uma ponta
triangular que divide o Grande Canal do Canal da Giudecca. Na sua
extremidade, ao lado de uma escultura de Charles Ray se vê, de um lado,
os palácios venezianos, o campanário e a Basílica de San Marco e do outro
a ilha da Giudecca. Um lugar para passar horas, dias, sentar, desenhar, para
esquecer do tempo.




























Toda a simplicidade e pureza das cores e das formas geométricas
do suprematismo soviético de Kasimir Malevich.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Au Port de la Lune
























Au Port de la Lune é um bistrô com donos, garçons e clima francês. Os menus
com preços de 11 e 15 euros são super completos e muito bons. Comi uma
carne com legumes ótima e incluía uma entrada, pedi uma salada com queijo de
cabra, e sobremesa.

Não podia ter melhor localização. Ao lado do mercado da Boqueria, o mais
completo de Barcelona, em um canto um pouco mais escondido onde acontece
uma feira paralela. O gostoso é subir por uma estreita escada até o último andar
do restaurante e comer na janela olhando o movimento das compras.

Alí você se sente em casa. Super simples, sem frescuras, mas sempre gostoso.
Comida boa, pequeno e com gente simpática.

São bons franceses, radicais, mas claros em relação as suas manias: as carnes
são mal passadas, sem discussão, e como diz o cartaz, ¨ Não há ketchup.
Não há coca-cola. E não haverá!¨.











































Obra do brasileiro Cildo Meireles ¨ Inserção em circuitos ideológicos ¨.
Durante a ditadura o artista gravou  nas garrafas retornáveis de
coca- cola mensagens contra o regime. Quando vazias os escritos eram
imperceptíveis, mas depois de cheias as embalagens transmitiam para
os brasileiros suas inscrições.

terça-feira, 15 de março de 2011

IVO & Co























Objetos para casa no estilo vintage é uma moda no mundo todo. O que a
princípio era uma alternativa para falta de dinheiro acabou se tornando
uma mania não das mais baratas. 


Se antes as pessoas reciclavam o que tinham, o que herdaram da avó por
não poderem comprar objetos de design contemporâneo, hoje acontece o
contrário. Tem muita gente que paga muito mais para ter em casa um
telefone dos anos 40, uma antiga placa de algum produto ou até coisas
novas com estilo antigo. É exatamente para essas pessoas que a IVO & Co
se dirige. 

Sua dona viaja para Paris e outros lugares atrás de objetos ¨únicos¨. Junto
com coisas realmente antigas estão talheres, velas, cadernos, potes com
estilo da vovó. Tudo super bonito, bem escolhido e disposto de uma maneira
super especial: em mesas retrô, cabideiros e caixas de feira que constrõem
uma estante.

A marca fica na charmosa Carrer Rec, rua super descolada no bairro do
Born, mas na verdade não é uma loja, são duas. Uma com coisas para casa e
outra só com brinquedos, livros, roupas para crianças. Desde vestidos brancos
rendados antigos em ótimo estado, bichinhos de pano até eletrodomésticos,
comidinhas e outras coisas de madeira em tamanho infantil. Me sinto criança
alí. Lembro de um dos meus brinquedos preferidos, um conjunto de vassoura
e pá versão mini. 


































Fotografias da série Back to the Future da artista Irina Werning. Maníaca
por imagens antigas e por albuns de família, a fotógrafa argentina convidou
as pessoas das fotos a recriarem suas fotografias vintage. 

sábado, 12 de março de 2011

Rolex Center




















O Rolex Center sem dúvida é um dos projetos mais impressionantes que
conheci. Uma grande plataforma topográfica onde os relevos definem os
programas.

Este centro, localizado no interior da EPFL, a Escola Politécnica de
Lausanne, foi desenvolvido para ser ocupado por seus estudantes,
professores e visitantes. Um local de encontro com restaurante,
cafeteria, biblioteca, mesas de estudo, almofadas para descanso. Enfim,
um abrigo rodeado pelos Alpes Suiços.

O projeto desenvolvido pela dupla de arquitetos japoneses do SANAA
é absolutamente revolucionário. A influência de Niemeyer é clara, mas
eles vão além. Não necessitam de paredes, divisórias, fechamentos para
determinar os espaços. Constrõem ambientes com as curvas do piso,
com os objetos. Absolutamente minimalista, o projeto se resume a
concreto, aos vidros e aos objetos brancos de design.

Neste lugar aconteceu uma das situações mais fantásticas da minha vida.
Eu e minha turma de arquitetura do Porto encontramos sentados em uma
mesa o diretor alemão Wim Wenders e a autora do projeto Kazuyo Sejima.
Falamos com eles e acabamos tirando uma foto.

Uns meses depois na Bienal de Veneza assisti ao filme que Wenders fez
sobre o edifício. Mal sabia que quando os encontrei era este mesmo vídeo
que discutiam. Fiquei ainda mais emocionada ao relembrar tanto do lugar
quanto do encontro.







































Gravuras de Hiroshige, mestre em retratar as paisagens japonesas e suas
mudanças ao longo do ano. Em seus rios e em sua topografia quase sempre
está o homem.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Cemilzade Confiserie Orientale




















Andando totalmente sem rumo por Berlim encontrei uma loja muito especial.
Um lugar para tomar chás, café turco e comer uns doces muito gostosos.

A pequena confeiteria Cemilzade fica na charmosa Linienstrasse, no bairro
do Mitte. O programa ideal é ir para sala que fica ao lado da entrada, sentar,
pedir um chá ou café e ficar um bom tempo conversando, lendo e, claro,
degustando a variedade de doces de turcos que eles tem.

Além das receitas tradicionais, que encontramos espalhadas pela cidade, eles
fazem uns doces a partir de misturas de marzipan com limão, chocolate, todos
muito bons.  Até eu, que não sou grande fã de marzipan, não conseguia parar
de comer. O bom é que na saída eles tem uma estante com tudo o que você
pode comer na loja para levar para casa. O bom ou o mal.

As embalagens são lindas, como a loja e os doces. Um detalhe importante, no
balcão do caixa eles deixam pequenas amostras dos marzipans para que
possam provar. Isso é um erro se entram na loja pessoas que acabam comendo
todas as amostras e não deixam nenhuma para contar história...




































Desenhos de Istanbul feitos por Le Corbusier em uma viagem de seis
meses que o arquiteto iniciou na Alemanha. Sua ¨viagem ao oriente¨
deu origem a um livro, com seus escritos e desenhos. Nesta jornada, ele
e seu amigo e companheiro produziram em torno de 300 desenhos e
500 fotografias.